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sábado, 7 de maio de 2011

Contexto dos problemas de Saúde dos Trabalhadores


O momento atual vem exigindo dos estudiosos em saúde do trabalhador maiores esforços para compreender as mudanças recentes no modo das pessoas de utilizarem suas capacidades. A organização do trabalho, ao atingir o indivíduo, modifica sua maneira de enfrentar os riscos e traz efeitos sobre a saúde ainda não perfeitamente conhecidos ou dimensionados. As queixas de são pouco apreendidas pelos serviços médicos das empresas, portanto, muitas vezes. Dizem respeito aos efeitos da corrida tecnológica e à falta de tempo para dar conta das metas e dos prazos.
          Atualmente, criou-se movimento considerado processo de precarização do trabalho, por implicar mudanças nas relações de trabalho, incluindo as condições de realização, e nas relações de emprego que apontam para maior instabilidade e insegurança para os trabalhadores.
         As tecnologias de gestão e organização do trabalho emergentes têm exigidos trabalhadores polivalentes, o que implica novos desafios para os mesmos pois não contam com o suporte social. As queixas de saúde são pouco apreendidas pelos serviços médicos das empresas, pois, muitas vezes, estão relacionadas aos efeitos ocasionados pela corrida tecnológica e pela falta de tempo para atingir metas e cumprir prazos.



Os limites das abordagens clássicas para identificar e compreender os sintomas
         
          As abordagens tradicionais de saúde ocupacional têm sido alvo constante de críticas devido a sua insuficiência prática e seus modelos teóricos diante das determinações sociais dos processos saúde - doença. Em geral, as abordagens relacionadas ao estudo da saúde ocupacional permanecem passivas diante as condições de trabalho adversas. O Mapa de Risco reflete um princípio cartesiano – racionalista extremado: todos os riscos podem ser identificados, quantificados, classificados, e localizados fisicamente no ambiente de trabalho. Porém, podemos analisar os problemas de saúde ocupacional por outro ângulo, se consideramos, que, em uma situação de labor, a nocividade está presente quando a organização do trabalho diminui as possibilidades do trabalhador evitar a exposição ao fator de risco.


Os pressupostos para futuras investigações

        Se as condições de trabalho hoje são sensivelmente melhores que antigamente, numerosos problemas se colocam, e muitas vezes, de maneira aguda. É preciso investigar os objetos inexplorados ou aqueles que permanecem em suspenso.  O sofrimento dos trabalhadores nem sempre é visível ou objetivo como insistem algumas abordagens tradicionais. Para se entender o que é o trabalho de uma pessoa é necessário se observar e analisar o desenrolar de sua atividade em situações reais, em seu contexto, procurando identificar tudo o que muda e faz o trabalhador tomar micro-decisões a fim de resolver os pequenos mas recorrentes problemas do cotidiano da produção.



Texto baseado no artigo Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho”, da autora Ada Ávila Assunção.

2 comentários:

  1. Olá Lana,

    As abordagens tradicionais parecem que ainda trabalham baseadas em um paradigma que não é capaz de compreender as nuances e complexidade do mercado de trabalho atual. Assim, realiza análises parciais e entende que chegou ao cerne da questão. Isso é um engano patente por parte delas, já que se estivessem certas, não teríamos o aumento de tantas doenças relacionadas ao trabalho como temos hoje, a despeito da melhora das condições de trabalho em comparação com outrora.

    Ótimo texto!

    att.,

    Anderson

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  2. Olá Anderson,

    é sempre um imenso prazer sua visita! Infelizmente, as doenças provininetes do labor em grande parte é fruto na negligência da própria organização do trabalho.
    Abraços!

    att.,
    Lana

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