Lançamento da Editora Fiocruz, o livro Saúde do
Trabalhador na Sociedade Brasileira Contemporânea apresenta o estado da arte
nessa área ao debater questões como a incorporação tecnológica e a globalização
dos mercados, assim como a persistência de formas arcaicas de produção, a
precarização do trabalho e a exclusão social. "Olhamos a saúde do
trabalhador do ponto de vista da saúde pública. O foco, portanto, é a saúde
integral do trabalhador", destaca o sociólogo Carlos Minayo, um dos
organizadores do livro, ao lado dos médicos Jorge Mesquita Huet Machado e Paulo
Gilvane Lopes Pena.
"Procuramos interpretar a
origem das situações seja do ponto de vista tecnológico, econômico, social ou
político. Dessa forma, não ficamos restritos aos locais de trabalho, seja no
setor industrial, agrário ou de serviços. Nossa reflexão inclui os espaços de
reprodução da força de trabalho, o que compreende a rua, as condições de vida,
o acesso à saúde", afirma Minayo.
Incorporar o setor de serviços ao debate em saúde do trabalhador e refletir
sobre questões de saúde mental, abordando as subjetividades, o sofrimento e o
estresse dos trabalhadores: eis duas das principais contribuições da coletânea.
"Estudamos todo o processo de trabalho, que não se limita às dimensões
físicas, químicas e biológicas e engloba, sobretudo, as relações sociais. Para
ações efetivas de prevenção à saúde do trabalhador, é preciso compreender não
apenas o ambiente, mas também a organização do trabalho: o tipo de gestão, a
hierarquia, as pressões", diz Minayo.
A obra se destaca, também, por conter análises sobre políticas públicas e vigilância em saúde do trabalhador. Ao fazer um diagnóstico da área, o livro identifica avanços e lacunas e, assim, sinaliza propostas de ação. "Toda a compreensão teórica da problemática da saúde do trabalhador está muito consolidada. Também avançamos na definição de políticas públicas, mas a sua implementação efetiva ainda é um ponto nevrálgico", pondera o pesquisador.
Outro aspecto que requer mais atenção é o controle social e a atuação sindical. "Com todos esses momentos de crise e reestruturação produtiva, os movimentos sindicais concentraram esforços na luta por emprego e melhores salários. A questão da saúde ficou num plano secundário: nessa área, as demandas são voltadas, basicamente, para a assistência e muito para a realização de ações de vigilância", avalia. Segundo Minayo, para que essas ações sejam efetivas, é necessário conceber a vigilância em uma perspectiva intersetorial, envolvendo diversas instâncias públicas e organizações da sociedade civil. Nesse sentido, a coletânea pode trazer contribuições para os profissionais que estão na academia e nos serviços (tanto de atenção básica quanto especializados), as instituições públicas e outros variados segmentos sociais.
A obra se destaca, também, por conter análises sobre políticas públicas e vigilância em saúde do trabalhador. Ao fazer um diagnóstico da área, o livro identifica avanços e lacunas e, assim, sinaliza propostas de ação. "Toda a compreensão teórica da problemática da saúde do trabalhador está muito consolidada. Também avançamos na definição de políticas públicas, mas a sua implementação efetiva ainda é um ponto nevrálgico", pondera o pesquisador.
Outro aspecto que requer mais atenção é o controle social e a atuação sindical. "Com todos esses momentos de crise e reestruturação produtiva, os movimentos sindicais concentraram esforços na luta por emprego e melhores salários. A questão da saúde ficou num plano secundário: nessa área, as demandas são voltadas, basicamente, para a assistência e muito para a realização de ações de vigilância", avalia. Segundo Minayo, para que essas ações sejam efetivas, é necessário conceber a vigilância em uma perspectiva intersetorial, envolvendo diversas instâncias públicas e organizações da sociedade civil. Nesse sentido, a coletânea pode trazer contribuições para os profissionais que estão na academia e nos serviços (tanto de atenção básica quanto especializados), as instituições públicas e outros variados segmentos sociais.
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