A dinâmica que se imprime na
relação Estado – Sociedade Civil, que no caso da Saúde do Trabalhador envolve a
relação capital – trabalho, não incorporou ainda a transformação necessária,
capaz de responder as rápidas mudanças que vêm se impondo à sociedade
brasileira neste contexto de democratização e internacionalização da Economia.
A incorporação de novas formas de
abordagem da questão da Saúde do Trabalhador, atrelada ao debate que ora segue
em curso sobre a despoluição da produção e o desenvolvimento de tecnologias
limpas, deverá contribuir para enriquecer a discussão nos próximos anos. A
expectativa é de que a ampliação do enfoque contribua para que as medidas
capazes de enfrentar e reverter os perfis epidemiológicos de morbi- mortalidade
dos trabalhadores sejam compatíveis com as rápidas transformações sociais e com
as mudanças na correlação de forças na dinâmica da relação entre o Estado e a
Sociedade Civil.
TRABALHO: MORTE
E DOENÇA
Diversos estudos utilizando os dados
oficiais demonstram um quadro extremamente grave de morbi - mortalidade dos
trabalhadores brasileiros, que vem se acentuando ao longo dos anos. A despeito
de uma diminuição do número absoluto de acidentes de trabalho registrados nos
últimos vem ocorrendo um aumento progressivo do índice de letalidade, o que
aponta para a gravidade do problema. Diversos autores apontam para a gravidade
dos problemas de saúde dos trabalhadores brasileiros, em decorrência dos
processos de trabalho a que estes são submetidos.
Dentre os efeitos na saúde
causados pelo trabalho, como define Mendes (1986), encontram-se os “agudos”,
que são os acidentes de trabalho e as intoxicações.
MARGINALIDADE E
FRAGMENTAÇÃO
É pertinente ressaltar o caráter
de marginalidade da área de Saúde do Trabalhador, pois mesmo as instituições
responsáveis pelas ações apresentam um interesse secundário pela questão.
Corrobora este fato a persistente inexistência de estruturas organizacionais
próprias para este fim, a nível das secretárias estaduais e municipais de saúde
com exceções pontuais.
O processo de absorção das ações
em Saúde do Trabalhador, por parte do SUS, vem apresentando diversos problemas
e, até o momento, não podemos afirmar que as mesmas estejam sendo executadas
eficazmente.
Enfatizar, na análise da
política de Saúde do Trabalhador, tanto a subnotificação de doenças e acidentes
quanto a questão da integração institucional é entender que estes aspectos
sinalizam perfeitamente a problemática da área. De um lado, a marginalidade que
se reveste a questão da Saúde do Trabalhador no contexto do setor de Saúde do
Trabalhador no contexto do setor de saúde.
Texto baseado no artigo "Política de Saúde do Trabalhador
no Brasil: Muitas Questões sem Respostas"
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