O momento atual vem
exigindo dos estudiosos em saúde do trabalhador maiores esforços para
compreender as mudanças recentes no modo das pessoas de utilizarem suas
capacidades. A organização do trabalho, ao atingir o indivíduo, modifica sua
maneira de enfrentar os riscos e traz efeitos sobre a saúde ainda não
perfeitamente conhecidos ou dimensionados. As queixas de são pouco apreendidas
pelos serviços médicos das empresas, portanto, muitas vezes. Dizem respeito aos
efeitos da corrida tecnológica e à falta de tempo para dar conta das metas e
dos prazos.
Atualmente, criou-se movimento
considerado processo de precarização do trabalho, por implicar mudanças nas
relações de trabalho, incluindo as condições de realização, e nas relações de
emprego que apontam para maior instabilidade e insegurança para os
trabalhadores.
As tecnologias de gestão e organização
do trabalho emergentes têm exigidos trabalhadores polivalentes, o que implica
novos desafios para os mesmos pois não contam com o suporte social. As queixas
de saúde são pouco apreendidas pelos serviços médicos das empresas, pois,
muitas vezes, estão relacionadas aos efeitos ocasionados pela corrida
tecnológica e pela falta de tempo para atingir metas e cumprir prazos.
Os limites das
abordagens clássicas para identificar e compreender os sintomas
As abordagens tradicionais de saúde ocupacional
têm sido alvo constante de críticas devido a sua insuficiência prática e seus
modelos teóricos diante das determinações sociais dos processos saúde - doença.
Em geral, as abordagens relacionadas ao estudo da saúde ocupacional permanecem
passivas diante as condições de trabalho adversas. O Mapa de Risco reflete um
princípio cartesiano – racionalista extremado: todos os riscos podem ser
identificados, quantificados, classificados, e localizados fisicamente no
ambiente de trabalho. Porém, podemos analisar os problemas de saúde ocupacional
por outro ângulo, se consideramos, que, em uma situação de labor, a nocividade
está presente quando a organização do trabalho diminui as possibilidades do
trabalhador evitar a exposição ao fator de risco.
Os pressupostos
para futuras investigações
Se as condições de trabalho hoje são
sensivelmente melhores que antigamente, numerosos problemas se colocam, e
muitas vezes, de maneira aguda. É preciso investigar os objetos inexplorados ou
aqueles que permanecem em
suspenso. O sofrimento
dos trabalhadores nem sempre é visível ou objetivo como insistem algumas
abordagens tradicionais. Para se entender o que é o trabalho de uma pessoa é
necessário se observar e analisar o desenrolar de sua atividade em situações
reais, em seu contexto, procurando identificar tudo o que muda e faz o
trabalhador tomar micro-decisões a fim de resolver os pequenos mas recorrentes
problemas do cotidiano da produção.
Texto baseado no artigo Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e
trabalho”, da autora Ada Ávila Assunção.
Olá Lana,
ResponderExcluirAs abordagens tradicionais parecem que ainda trabalham baseadas em um paradigma que não é capaz de compreender as nuances e complexidade do mercado de trabalho atual. Assim, realiza análises parciais e entende que chegou ao cerne da questão. Isso é um engano patente por parte delas, já que se estivessem certas, não teríamos o aumento de tantas doenças relacionadas ao trabalho como temos hoje, a despeito da melhora das condições de trabalho em comparação com outrora.
Ótimo texto!
att.,
Anderson
Olá Anderson,
ResponderExcluiré sempre um imenso prazer sua visita! Infelizmente, as doenças provininetes do labor em grande parte é fruto na negligência da própria organização do trabalho.
Abraços!
att.,
Lana