Ergologia quer dizer estudo
da atividade humana. Assim, as questões do trabalho e das empresas do mundo
econômico estão presentes nos estudos da ergologia.
O trabalho não se reduz a uma prestação remunerada de serviço em uma sociedade
mercantil de direito, embora tenha também esta dimensão, mas ocupa lugares
relevantes na vida e na saúde dos humanos.
A
Ergologia não é uma disciplina no sentido de um novo domínio do saber mas,
sobretudo, uma disciplina de pensamento. Essa disciplina ergológica é própria
às atividades humanas e distinta da disciplina epistêmica que, para produzir
saber e conceito no campo das ciências experimentais deve, ao contrário, neutralizar
os aspectos históricos. A ergológica, mesmo tendo como objetivo
construir conceitos rigorosos, deve indicar nestes conceitos como e onde se
situa o espaço das (re) singularizações parciais, inerentes às atividades de
trabalho. Para Yves Schwartz, o percusor da Ergologia, o conceito de atividade exibe três
características:
- transgressão: expressa as tensões entre o
que é formalizado pelas normas e conceitos e o informal, o que não é bem codificado ao
nível da linguagem;
- mediação: aspecto dinâmico dessa
transgressão que, nas atividades de trabalho se apresenta como algo obscuro
porque encontra-se incorporado nos corpos dos sujeitos;
- contradição: instaura
um debate de normas em que cada sujeito é convocado a gerir quotidianamente suas
ações.
As
características do conceito de atividade nos remetem ao debate que tem por objeto o campo da ética. Na avaliação do autor, nossa
vida social tem uma tendência a dissociar o uso prático da razão e a atividade
humana, de modo a negligenciar o trabalho como uma dimensão fundamental da atividade humana.
Texto baseado no artigo: REFLEXÕES EPISTEMOLÓGICAS SOBRE A ERGOLOGIA