O homem e a mulher não são apenas produtores, mas também ‘atores’
envolvidos em diversos mundos e em tempos diferentes, vividos de forma
simultânea. Mundos e tempos que as pessoas procuram tornar compatíveis entre
si, esperando superar as contradições, e moldando-se a sua própria exigência de
unidade. São todas essas atividades e adversidades dos vários aspectos da vida que constituem o
indivíduo e o trabalho, e desempenham um importante papel na vivência de cada
sujeito. (...).
As relações de trabalho, mantém uma co-dependência
com a organização das relações sociais dos sujeitos, assim como, com suas
próprias pré-ocupações, pós - ocupações,
e deliberações que cada pessoa formula a partir de seus conceitos já
estabelecidos. (...). A apropriação psicológica da atividade
profissional jamais poderá ser reduzida somente a uma interiorização cognitiva
das propriedades do trabalho, mas irá presumir sempre de uma transformação das
atitudes do sujeito, e de uma atribuição de valores que ele mesmo vai inserir.
A própria constituição da identidade é o resultado de uma conquista do sujeito;
ela passa por um reconhecimento do “Trabalhador no Homem.” (...).
O trabalho exerce uma função social no âmbito da produção de objetos e
serviços, assim como, na produção de trocas sociais que são responsáveis pelos
valores atribuídos, a estes primeiros, dentro de uma determinada sociedade. Já
a sua função psicológica está configurada naquilo que se diz respeito à
subjetividade do trabalhador. (...).O trabalho é uma ação e possui uma função
psicológica justamente porque coloca o sujeito à prova de suas obrigações
práticas e vitais com relação aos outros, a si mesmo e ao mundo. As diversas
situações e relações vividas no âmbito do trabalho ocupam não apenas as
propriedades do trabalho em si, mas também são resultantes de uma produção
subjetiva, e participam de uma de série de elementos que ocupam um lugar na
vida do indivíduo, e exercem uma função psicológica especifica. (...).
As atividades do trabalho não são apenas
produções; são obras, ações do próprio sujeito. São elas que alimentam seus
instrumentos operatórios subjetivos e o desenvolvimento de seu sistema de
atividades (...). O que o trabalhador produz não está somente na
ordem do trabalho e do objetivo, está também na ordem da subjetividade,
constituindo-o e deixando marcas na sua vida, e em tudo aquilo
em que ele se realiza.(...).
Este texto é baseado no artigo, "A função psicologica do trabalho: breve análise através do olhar da Clínica da Atividade", escrito por Lana Lacerda Vieira.
Este texto é baseado no artigo, "A função psicologica do trabalho: breve análise através do olhar da Clínica da Atividade", escrito por Lana Lacerda Vieira.
Com certeza que o trabalho ocupa um função psicologica muito importante. Muito legal o texto!
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