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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A função psicológica do trabalho



 O homem e a mulher não são apenas produtores, mas também ‘atores’ envolvidos em diversos mundos e em tempos diferentes, vividos de forma simultânea. Mundos e tempos que as pessoas procuram tornar compatíveis entre si, esperando superar as contradições, e moldando-se a sua própria exigência de unidade. São todas essas atividades e adversidades  dos vários aspectos da vida que constituem o indivíduo e o trabalho, e desempenham um importante papel na vivência de cada sujeito. (...). 
As relações de trabalho, mantém uma co-dependência com a organização das relações sociais dos sujeitos, assim como, com suas próprias pré-ocupações, pós -  ocupações, e deliberações que cada pessoa formula a partir de seus conceitos já estabelecidos. (...). A apropriação psicológica da atividade profissional jamais poderá ser reduzida somente a uma interiorização cognitiva das propriedades do trabalho, mas irá presumir sempre de uma transformação das atitudes do sujeito, e de uma atribuição de valores que ele mesmo vai inserir. A própria constituição da identidade é o resultado de uma conquista do sujeito; ela passa por um reconhecimento do “Trabalhador no Homem.”  (...).  
O trabalho exerce uma função social no âmbito da produção de objetos e serviços, assim como, na produção de trocas sociais que são responsáveis pelos valores atribuídos, a estes primeiros, dentro de uma determinada sociedade. Já a sua função psicológica está configurada naquilo que se diz respeito à subjetividade do trabalhador. (...).O trabalho é uma ação e possui uma função psicológica justamente porque coloca o sujeito à prova de suas obrigações práticas e vitais com relação aos outros, a si mesmo e ao mundo. As diversas situações e relações vividas no âmbito do trabalho ocupam não apenas as propriedades do trabalho em si, mas também são resultantes de uma produção subjetiva, e participam de uma de série de elementos que ocupam um lugar na vida do indivíduo, e exercem uma função psicológica especifica. (...). 
As atividades do trabalho não são apenas produções; são obras, ações do próprio sujeito. São elas que alimentam seus instrumentos operatórios subjetivos e o desenvolvimento de seu sistema de atividades (...). O que o trabalhador produz não está somente na ordem do trabalho e do objetivo, está também na ordem da subjetividade, constituindo-o e deixando marcas na sua vida, e em tudo aquilo em que ele se realiza.(...).


Este texto é baseado no artigo, "A função psicologica do trabalho: breve análise através do olhar da Clínica da Atividade", escrito por Lana Lacerda Vieira.

Um comentário:

  1. Com certeza que o trabalho ocupa um função psicologica muito importante. Muito legal o texto!

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